Em 09/01/2012

Imóveis atraem capitais


Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo diz que o Brasil é um dos países mais atraentes para investimento imobiliários


O Brasil passou do 4.º para o 2.º lugar entre os países mais atraentes para os investimentos imobiliários globais, segundo a 20.ª Pesquisa Anual dos Membros da Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire, na sigla em inglês). A cidade de São Paulo, no mesmo levantamento, passou do 26.º lugar para o 4.º lugar, atrás apenas de Nova York, Londres e Washington. Confirmadas as expectativas indicadas na pesquisa, os investidores imobiliários globais darão importante contribuição para o balanço de pagamentos do País.

Investidores com aplicações imobiliárias de US$ 874 bilhões - equivalentes a quase uma terça parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro - foram consultados pela Afire, entidade com sede em Washington, cuja pesquisa anual é considerada um importante instrumento para a tomada de decisões sobre investimento em imóveis nos principais centros econômicos.

Desde o início da década passada, ampliaram-se os investimentos imobiliários no Brasil, sobretudo em propriedades comerciais, como shopping centers, edifícios de escritórios de alto padrão e hotéis. Corporações imobiliárias multinacionais, como CBRichard Ellis, Cushman&Wakefield, Equity International, Jonas Lang LaSalle, Tishman Speyer e Colliers International ampliaram sua atuação no Brasil.
No setor residencial, a Sotheby"s International Realty ingressou na corretagem, enquanto investidores de menor porte, em geral provenientes da Espanha e Portugal, estão prospectando áreas no Nordeste para construir condomínios. Em São Paulo e no Rio, investidores globais atuam, seja diretamente, como faz o grupo canadense Brookfield (ex-Brascan), seja mediante a aquisição de participações acionária em construtoras e incorporadoras com ações negociadas em Bolsa. O maior grupo hoteleiro do mundo, o norte-americano Wyndham, acaba de ingressar no mercado paulistano e pretende investir R$ 460 milhões no País, até 2014.

O fortalecimento da posição do Brasil ainda não ameaça a liderança dos Estados Unidos, que continuam sendo o país mais atrativo do mundo para os investimentos imobiliários, dadas as dimensões da economia norte-americana e a existência de um forte mercado interno. Mas o porcentual dos investidores que preferem os Estados Unidos para investir em imóveis caiu de 64% para 42%, em um ano - e o Brasil foi o maior beneficiário: 18,6% dos entrevistados já consideram que o País oferece as melhores oportunidades de retorno.

No Brasil, os preços dos imóveis subiram muito nos últimos anos, mas, em média, ainda são inferiores aos dos EUA e da Europa. Além disso, "o Brasil passou a ser considerado um lugar muito mais seguro para investir e um local onde se consegue uma boa valorização do capital", enfatizou o CEO da Afire, James Fetgatter. Assim, o Brasil superou a China na lista das preferências dos investidores globais, além de confirmar o primeiro lugar entre os países emergentes mais atraentes para os aplicadores.

São Paulo é um caso à parte. O mercado imobiliário da cidade superou, em atratividade, o de todas as capitais dos países da zona do euro e dos demais países Brics. Deixou para trás cidades que sempre se destacaram pela atração de investidores imobiliários, como São Francisco e Frankfurt. Comparativamente, a atratividade de São Paulo aumentou em contraste com a diminuição da confiança dos investidores na recuperação econômica dos países desenvolvidos, notou a presidente do conselho da Afire, Barbara Knoflach.

Para o investidor estrangeiro, o investimento imobiliário no Brasil oferece vantagens em relação ao de outros países, tais como a segurança jurídica da propriedade, a redução dos custos de transação e a introdução de instrumentos inovadores no negócio, como a alienação fiduciária de bem imóvel e o patrimônio de afetação.

Mas, acima de tudo, os investidores que escolheram o Brasil como um mercado muito atrativo não acreditam que exista aqui o risco de formação de uma bolha imobiliária.

Fonte: O Estado de S. Paulo
Em 9.1.2012



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